Caterham Super Seven 1600 BDR 1985 by Kyosho


Presentemente os Caterham caracterizam-se por uma fusão de elementos clássicos com componentes modernos. Podemos facilmente seguir a sua linhagem até ao design original de Colin Chapman nos anos 50. Chapman, um piloto da Royal Air Force, estudou engenharia destacando-se como um dos grandes inovadores no design de automóveis desportivos.


Após a guerra, Chapman revela-se um talentoso piloto de automóveis com vários sucessos desportivos, fundando em 1952 a Lotus Engineering Ltd. O conceito de automóveis leves, potentes com suspensões de alto desempenho, guiou o trabalho desenvolvido por Chapman baseado na filosofia “Simplifica, depois torna-o mais leve”.


A apresentação do Lotus acontece originalmente em 1957 no Earl’s Court Motor Show em Londres.


Rápido e ligeiro, o Lotus 7 era uma das obras de arte de Chapman, uma máquina evoluída que suplantou o predecessor Lotus 6 como veículo com excelente desempenho na pista que também poderia ser utilizado legalmente nas estradas. O design simples, e muito copiado, do Lotus 7 é intemporal continuando a deslumbrar ao longo de 57 anos.


A evolução do Lotus 7 continuou quando em 1973 a Caterham Cars adquiriu os direitos de produção à Lotus, permitindo que esta se afastasse da produção de 'kit cars' e se dedicasse à produção de desportivos de gama alta.
A Caterham atribuiu um novo nome ao carro, passando a ser “Super 7”, um nome adequado já que cada vez mais se tornava claro que o design de base do carro era quase impossível de melhorar, num carro com um equilíbrio perfeito entre potência e condução num automóvel muito leve. O Série 4 era o modelo em produção pela Caterham na altura da aquisição dos direitos à Lotus. Infelizmente a Caterham teve imensos problemas na produção do Série 4, tendo em meados de 1974, revertido a produção para o Série 3, um modelo que supostamente teria maior potencial de venda. Os Roadsports e Superlights dos dias de hoje, com chassis e carroceria estreitos, são descendentes directos deste carro e consequentemente, do original Lotus 7.


Chassis

Tal como com o Lotus 6, originalmente o Lotus 7 tinha um chassis extremamente leve com os painéis de carroceria em alumínio. Embora ao longo do tempo, o chassis tenha sofrido várias alterações para o tornar mais resistente e permitir a utilização de várias configurações de motor e suspensão (e para tentar obter mais espaço no habitáculo), a sua fórmula de base permaneceu basicamente a mesma ao longo da vida (com excepção do inconsequente Série 4 que tinha o cockpit e baía do motor em aço e restante carroceria em fibra-de-vidro). 
A gama Caterham 7 tinha como base exclusiva até meados de 2000 o Série 3, quando o chassis SV (Série V ou Special Vehicle) foi lançado, com o objectivo de acomodar o número crescente de potenciais compradores que não se conseguiam colocar confortavelmente aos comandos do Série 3. O chassis SV tem mais 110mm de largura no cockpit, representando um acréscimo de peso de 25kg, estando este chassis e o seu predecessor presentemente disponíveis para venda nas variantes Roadsport e Superlight.
Por sua vez, o chassis SV foi a base para as dimensões do Caterham CSR. O CSR foi apresentado em 2004, com um motor Cosworth Duratec e está disponível de fábrica com motorizações de 202cv e 264cv.


Motores

As primeiras unidades tinham um propulsor Lotus TwinCam (subsequentemente produzido pela Vegantune), passando mais tarde a ser equipadas com motores Ford Cross Flow. Os primeiros motores Cosworth BDR surgem em 1983 sendo estes de 1600cc com 140cv, seguidos três anos mais tarde por motores de 1700cc que debitavam 150cv. Em 1990 a motorização de topo passou a ser um Vauxhall HPC de 2 litros, o mesmo que equipava o Calibra, debitando 165 a 175cv de potência. Alguns HPC “Evolution” foram construídos, equipados com motores desenvolvidos pela Swindon Race Engines, debitando estes entre 218cv a 235cv. Em 1993 a Caterham cria a edição especial JPE (a sigla deriva do piloto de Fórmula 1 Jonathan Palmer), sendo esta edição equipada com um motor Vauxhall Touring Car de 2 litros com uma potência de 250cv. A edição JPE verificou também uma redução de peso em 530kg, recorrendo a modificações tais como a remoção do pára-brisas substituindo-o por um deflector. O JPE registou tempos de cerca de 3.5 segundos dos 0 aos 100kmh e, com Jonathan Palmer ao volante, estabeleceu um record de 12.6 segundos nos 0 a 160 kmh. Em 1997 a gama Cross Flow foi substituída por motores Vauxhall de 8v e 16v que, em vários aspectos perdurou até ao fim dos Caterham Classic com propulsores VX, em 2002.


A série Rover K surge em 1991, inicialmente com os motores de 1.4 litros do Metro GTi. Durante 15 anos este motor foi a alma da série. Em 1996 surge o 1600cc na série K e um ano mais tarde o 1800cc. 
Em 1996 nasce também a gama 'Superlight', uma gama que com sucesso se focou inicialmente na redução de peso e consequentemente em afinar o série K para as melhores prestações de sempre. Para conseguir a redução de peso necessária foram removidos a roda suplente e seu suporte, tapetes, chauffage e, em muitos casos, pára-brisas, capot e portas. Podiam também ser instaladas baquets "Tillet" GRP bem como deflectores e entrada-de-ar dianteiros em fibra de carbono (de notar que elementos como a chauffage ou pára-brisas poderiam ser mantidos caso o cliente Superlight assim o desejasse). Posteriormente surge o Superlight-R com o 1800cc da Série K numa variante de cárter seco VHPD (Very High Performance Derivative). A potência situava-se agora nos 180cv num carro que pesava apenas 490kg. Três anos mais tarde a Caterham eleva este conceito a um novo patamar e cria o icónico Superlight R500 que continuava a ter por base 1800cc Rover da série K, mas afinado pela Minister Racing Engines, passando a debitar uns generosos 230cv às 8600rpm e com o peso reduzido a 460kg. Inicialmente o R500 foi também comercializado em kit, mas rapidamente passou a estar apenas disponível como automóvel de fábrica. Talvez sem surpresa, um motor tão “esticado” requeria manutenção muito frequente para manter um bom funcionamento. Várias afinações foram feitas ao R500 ao longo da sua vida com o propósito de aumentar a sua fiabilidade. Isto levou a que em 2004 a Caterham apresentasse aquela que talvez tenha sido a sua criação mais extrema; o R500 EVO foi ampliado pela Minister para um 1998cc que debitava 250cv. Com um preço acima dos 50.000€, o R500 EVO não obteve um grande sucesso comercial, sendo provável (a marca não o confirma) que apenas tenham sido vendidas 3 unidades. Conseguiu contudo estabelecer metas ao nível de performance, a destacar: 10.73 segundos dos 0 aos 160kmh (em segundo lugar estava o Ferrari Enzo custando este dez vezes mais).


Após o desaparecimento da Rover e da Powertrain, a Caterham iniciou a substituição dos Rover Série-K por motores Ford. Os motores Sigma para a gama Roadsports e os 2.0 e 2.3 litros Duratec para as gamas mais potentes Superlight e CSR.


Ao longo dos tempos a Caterham fez experiências com motores de mota nos seus carros. Desde 2000, uma empresa canadiana tem comercializado modelos Caterham 7 propulsionados por motores GSXR1300 também utilizados na Suzuki Hayabusa, reportando uma aceleração dos 0 aos 100 em menos de 3 segundos. Em 2000 o motor Honda CBR1100 foi instalado num chassis superlight para criar o Caterham Blackbird, debitando 170cv às 10.750rpm (tendo contudo, apenas 125nm de binário máximo). O Blackbird conseguia prestações próximas às do R500 por um preço bastante mais baixo (a Top Gear comunicou uma aceleração dos o aos 100 em 3.7 segundos e uma velocidade máxima de 230 kmh, custando o Blackbird perto de 26.000€). Em 2001 foi aplicado um motor Honda Fireblade num chassis de eixo flutuante, por James Whiting de Ashford, Middlesex. Registou uma potência de 128cv às 10.500rpm. Ambos os modelos foram descontinuados.


Competição

O Lotus 7 foi concebido por Chapman como um automóvel de competição. Ainda como protótipo, em Setembro de 1957, correu na Brighton Speed Trials e no final de 1958 Graham Hill vencia corridas com um Super Seven com motor Coventry Climax. Tanto como Lotus ou Caterham, o Seven tem um histórico desportivo impar. Entre os sucessos de maior relevância encontra-se a vitória nas 24h de Nelson Ledges no Ohio na qual, defrontando equipes de fábrica tais como a Honda e Mazda, uma equipe de quatro homens da Caterham venceu com sete voltas de avanço (após 990 voltas) num Vauxhall HPC modificado.


Depois de ter dominado as corridas de classe livre durante décadas, uma competição monomarca para Caterham, a Caterham Super 7 Racing, teve início em 1986. A Caterham 7 tem hoje provas no Reino Unido, Europa Continental, Canada, Estados Unidos e Ásia. Em 1995 iniciou-se no Reino Unido a Caterham Academy, um formato exclusivo para principiantes. Por 22.000€ (preço de 2009), os participantes recebem um kit Roadsport modificado (a um custo adicional pode-se optar por uma unidade já construída) com um motor selado de 120cv e caixa de 5 velocidades. Uma vez concluída a licença ARDS, tem início uma temporada composta por quatro sprints seguidos por quatro corridas. A academia é tida como a porta de acesso a uma bem organizada série de eventos competitivos Caterham, como a Caterham Motorsport Ladder que consiste nos Roadsports B seguindo-se os Roadsports A, a R300, a Superlight e Eurocup, ou a Caterham Graduates Racing Club.


Nos anos 60 o Seven foi banido das competições nos Estados Unidos por ser demasiado rápido, tendo também sido proibido de competir nos anos 70, no Reino Unido, pelas mesmas razões. Isto levou a que o patrão da Caterham, Graham Nearn distribuísse as T-Shirts “Caterham Seven, the car that's Too Fast to Race...". Ambas as proibições vieram a ser levantadas mais tarde. Em 2002 um R400 venceu a sua classe (terminando em 11º na geral de entre 200 participantes) nas 24h de Nürburgring. Uma vitória por 10 voltas de avanço, à frente de concorrentes como Porsche e BMW, que acabou por levar novamente à proibição da participação nestas competições nos anos que se seguiram.



Informação Técnica
Cilindrada : 1599 cm3
Potência Máxima : 150 cv @ 6500 rpm
Binário Máximo : 176.0 Nm @ 5500 rpm
Posição / nº de Cilindros : Linha - 4
Válvulas por Cilindro : 4 Válvulas
Disposição do motor : Longitudinal
Tracção : RWD
Caixa de velocidades : 4M

Dimensões, Aerodinâmica e Peso
Nº de portas : 2
Nº de lugares : 2
Peso bruto: 510 kg
Comprimento : 338 cm
Largura : 158 cm
Altura : 104 cm
Distância entre Eixos : 225 cm
Largura eixo dianteiro: 127 cm
Largura eixo traseiro: 132 cm
Travões fente : Disco
Travões trás : Tambor
Pneus frente : 185/70 R13
Pneus trás : 185/70 R13

Prestações
Velocidade máxima : 198 km/h
Aceleração 0 to 100 km/h : 4,70 s


Modelo 1:18

Esta é uma pequena e simples peça da Kyosho. O modelo é representado de forma competente, como nos habituou a marca, mas a sua simplicidade acaba por não representar um grande desafio. Retirando um capot completamente independente da restante carroceria encontramos um motor com um bom nível de detalhe. Posto isto, tudo o resto se descobre sem mais aberturas. A carroceria, na sua maioria em metal escovado, tem um aspecto sólido e bonito. O cockpit está razoável, pediam-se uma manete de mudanças melhor concebida e cintos em tecido. Nas laterais encontramos um ponto fraco, um parafuso que suporta o guarda-lamas (demasiado evidente para um Kyosho), e um ponto forte, um escape muito bem conseguido com a protecção em metal. Faróis e grelha frontal estão a um nível muito bom.
Globalmente a miniatura resulta muito bem e faz jus a um automóvel tão icónico como é o 7.