MGB GT MK II 1969 by AutoART




Produção 1965 - 1980 

Nº de unidades construídas – 513 276 carros – todas as versões (125 282 MGBGT)




Aquando do seu lançamento em 1962, o MGB estava para muitos destinado a ser o desportivo inglês de referência; quem pensaria então que este MG, com as suas deslumbrantes linhas, seria o último modelo a ser fabricado na fábrica de Abingdon. O MGB foi produzido ininterruptamente até ao encerramento da fábrica em Outubro de 1980, durante 18 anos as suas linhas base permaneceram inalteradas, com a excepção dos modelos pós 1975, que devido às normas de segurança do mercado norte-americano, foram equipados com pára-choques em borracha preta. Criado para ser o dois lugares descendente do bem-sucedido MGA, o económico MGB conheceu muitas variantes ao longo da sua vida, sendo a versão GT anunciada em Outubro de 1965. Esta versão teve um sucesso imediato, novamente estávamos perante um automóvel prático e financeiramente acessível, que podia transportar mais dois passageiros (ainda que algo apertados) no seu banco traseiro, banco este que poderia ser dobrado por forma a ampliar o espaço de bagagem.



O MGB GT apresentava um inovador design por Pininfarina, lançando o desportivo estilo hatchback. Ao combinar o oculo traseiro inclinado com a tampa da mala movível, o MGB GT oferecia a utilidade de uma “station wagon” conservando o estilo e forma de um coupé. Esta nova configuração traduzia-se num design 2+2, com um banco traseiro em ângulo recto e muito mais espaço de bagagem que o encontrado num “roadster”. 


Considerado inovador em 1962, o conceito original do desportivo MGB ainda não se encontrava ultrapassado em 1980, quando da linha de produção de Abingdon saiu a última unidade. Mais de meio milhão de unidades, nas suas diversas versões, foram produzidas, tornando-o o MG mais vendido de sempre. Para além do MGB GT de Pininfarina, versões mais potentes foram lançadas, começando pelo malogrado 6 cilindros MGC de 1967, também apresentado na versão GT. Mais tarde, em Agosto de 1973, é apresentado o MGB GT V8, do qual foram produzidas apenas 2591 unidades, nunca tendo sido produzida a versão roadster.


Houve duas edições limitadas que conquistaram o seu espaço na história da MG. A primeira teve lugar no aniversário do MGB GT, numa edição limitada a 750 carros para celebrar os 50 anos de produção MG. Estas unidades, em verde e dourado, foram lançadas em Maio de 1975 e têm nos dias de hoje grande procura entre os entusiastas e coleccionadores da marca. A segunda série limitada marca o fim da produção do MGB e tristemente, o fim de produção na fábrica de Abingdon, numa série de 1000 unidades de distinta pintura metalizada. Conhecida como a “Limited Edition”, 508 GTs com pintura Pewter Grey e 420 Roadsters em Bronze, são construídos pelos desmoralizados operários antevendo a chegada do fim.


A versão GT do MGB foi de grande importância para Abingdon. Na verdade é sabido que John Thornley e Syd Enever teriam preferido antecipar a produção do GT à do roadster, contudo, tal não aconteceu atendendo à procura por um substituto do MGA por parte do público. 



Três anos após o lançamento do MGB, o GT é apresentado em 1965 no Earls Court Motor Show. Desde logo foi evidente que o público teria apreciado um maior desenvolvimento aquando da apresentação do MGA roadster em 1955, dado verificar-se grande procura para unidades com hardtop de fábrica. Em 1956 uma versão coupé do MGA foi anunciada, mas esta não dispunha de maior espaço de habitáculo e só passados 9 anos, com a chegada do GT, é oferecido o conforto de um habitáculo suficientemente espaçoso e uma capacidade de carga razoável.


Um predecessor do GT surge em Janeiro de 1964, não sendo contudo um automóvel de produção. Jaques Coune, um carroçador belga, desenhou e construiu o Berlinette MGB 1800, reconhecido por alguns como o protótipo de base para o GT de produção. Na verdade este foi um projecto completamente independente, apesar da primeira unidade ter sido encomendada pelo director geral da Nuffield Press e simultaneamente reconhecida por parte da hierarquia da British Motor Corporation, sendo que a ligação histórica se esgota por aqui. Apesar de Coune ter produzido um veículo em alguns pontos semelhante ao GT, o Berlinette teve uma produção tão baixa (58 unidades no total) que de forma alguma colocou em causa o projecto em desenvolvimento em Abingdon. 20 meses mais tarde o MGB GT seria lançado perante uma imprensa entusiasmada, recebendo largos elogios em todas as edições de referência, sendo-lhe vaticinado um futuro de sucesso. O seu preço com impostos situava-se mesmo abaixo da barreira psicológica das £1000, apesar deste não incluir alguns extras como chauffage, overdrive e cintos de segurança (não obrigatórios em 1965). 



Aquando do seu lançamento o MGB era um automóvel inovador em vários aspectos e foi distinguido pelo seu chassis unitário. Esta estrutura mono-coque permitiu à equipe de engenheiros um maior enfoque no design e layout do habitáculo, particularmente com a ausência de elementos cruzados particularmente evidentes em automóveis de tracção traseira. A versão GT aumentou consideravelmente o espaço de habitáculo face ao roadster com a introdução do banco traseiro e versátil plataforma de bagageira. Pesando mais 114kg que o roadster, o GT não tinha uma performance de aceleração tão boa como o roadster mas contudo, devido à sua aerodinâmica mais eficiente conseguia atingir uma velocidade máxima mais elevada, acima dos 160kmh. O estúdio de design de Pininfarina foi o responsável pelas apelativas linhas do GT sendo este modelo um dos primeiros a beneficiar da utilização de técnicas de design digital.



Com mais de 125.000 unidades em 15 anos de produção o GT provou a sua versatilidade e popularidade, mas perante a falta de investimento, entraves legais, pressões económicas e uma injustificada preferência pelo desenvolvimento da Triumph por parte da gestão de topo da Leyland, o MGB e GT juntamente com o Midget foram terminados e votados a perdurar apenas na história automóvel.



MG MGB GT Mark II Coupe 1969 – Especificações técnicas
Nº Cilindros:4L

Cilindrada:1799 cm3
Nº Válvulas: 8


Potência máxima: 99cv @ 5500 RPM
Binário máximo: 143 Nm @ 5500 RPM
Velocidade máxima: 167 kmh
Aceleração: 0-100 kmh: 13.0 seg.


Transmissão: Motor dianteiro / tracção traseira

Caixa: Manual 4 velocidades


Sistema de travagem (Frente/Trás): Disco (273 mm) / Tambor (254mm)

Pneumáticos (Frente/Trás): 142/90 R14


Dimensões
Peso: 1048kg

Distância entre eixos: 231cm

Comprimento: 389cm

Largura: 152cm

Altura: 126cm

Eixo dianteiro: 125cm

Eixo traseiro: 125cm




O modelo 1:18:

Bem proporcionado e construído, este modelo reflecte a habitual qualidade AutoArt. O seu ponto fraco é na minha opinião a pintura, já que em alguns pontos se pode adivinhar a chegada da tão temida “zink pest”. As jantes, faróis e grelhas estão bem conseguidos, o motor sobressai com um óptimo nível de detalhe. O interior, devidamente alcatifado, revela bonitos detalhes como a consola central e a grande coluna de som mesmo abaixo bem como um volante muito bem conseguido com braços em aço e o símbolo da Moris Garages ao centro.